quarta-feira, 11 de junho de 2008

o país segue dentro de momentos

o governo aconselha a escrita de poemas a duas mãos
o governo avisa que não pactuará com piquetes
contra a poesia
os poetas por conta própria estão a paralizar o país
polícias investem contra poetas que querem impedir
outros poetas de escrever
um poeta veio a falecer quando tentava escrever um
poema
senão for abastecido de livros o país poderá ficar sem
poemas já amanhã
poetas e versos já escasseiam na grande lisboa
reunião decisiva entre poetas e governo para decidir o
fim da paralização
nos piquetes poéticos os ânimos têm-se exaltado (o
que promete grandes versos futuros)
o país quase estagna devido ao aumento do livro de
poesia
o presidente da república não sabe ler o problema
à cautela já há quem compre cinco a seis livros de
poemas para o que der e vier
os poetas não admitem um preço do livro aqui e outro
acolá
os poetas reclamam o verso profissional
filas com três quilómetros à entrada das livrarias um
pouco de norte a sul do país

vale que o país se esquece
nos golos de deco e pepe
há quem admita recorrer à deco
há quem culpe a opep

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