O Baile Da Biblioteca

Sou o vosso professor
E sei de um baile de gala
Que se dá todas as noites
Nas estantes da tua sala

Olha Ulisses o Argonauta
A dançar com o mar à proa
Aquele é o senhor Fernando
A dançar com a sua Pessoa

Olha o mestre Gil Vicente
Entre a raínha e o povo
E aquele à frente é o Aleixo
É o poeta do povo

É o baile, é o baile, é o baile
É o baile, é o baile, é o baile
É o baile, é o baile, é o baile, é o baile
Da biblioteca

Sai o Zorro de rompante
Numa lombada de couro
A declarar ser migrante
Para a ilha do tesouro

Ao piano o Conde d'Abranhos
Não dá sinais de abrandar
É preciso o sol nascer
Para o baile acabar

Como se anda Dom Quixote
Largando da mão a lança
Vamos dormir tío Antunes
Que amanhã também se dança

É o baile, é o baile, é o baile
É o baile, é o baile, é o baile
É o baile, é o baile, é o baile, é o baile
Da biblioteca

Carlos Tê

Poemário

No próximo dia 27 comemora-se mais um aniversário do nascimento de Ruy Belo. Um poeta maior.

"Somos todos de aqui. Basta-nos a pátria
que uma tarde de domingo nos consente
entre folhas de outono e frases de abandono
E abrem-se-nos ruas
para ir a sítios demasiado precisos
quando um só sítio se encontra
ao fim de todas as ruas e de todos os rios
Somos todos da raça dos mortos
ou vivos mais além
Mensagens de outra pátria não as traz
arauto algum que o nosso tempo vestisse

O que é preciso é dar lugar
aos pássaros nas ruas da cidade”

Ruy Belo

Leituras

"Walt ou O Frio e o Quente"
Autor: Fernando Assis Pacheco
Editora: Assírio e Alvim

"Este livro é uma prosa acerca dos malefícios da guerra entendidos no tempo do inefável Marcial Caneta, quando se falava do Vietname por "coisas da causa". Assis Pacheco nasceu em Coimbra em 1937. Licenciou-se em Filologia Germânica na Universidade de Coimbra, cidade onde viveu até 1961, ano em que foi para a tropa. Durante a adolescência foi actor de teatro e redactor da revista Vértice. Foi expedicionário em Angola pelo que, à data da publicação do seu primeiro livro, Cuidar dos Vivos, ainda se encontrava no continente africano.Foi um brilhante tradutor, tendo vertido para língua portuguesa obras de Pablo Neruda e Gabriel García Márquez, entre outros. O seu nome nunca será esquecido no mundo do jornalismo, tendo trabalhado no Jornal de Letras, Artes e Ideias, Diário de Lisboa e República.As suas principais obras de poesia são Cuidar dos Vivos, Memória do Contencioso e A Musa Irregular. Em prosa deixou-nos obras como Walt e Trabalhos e Paixões de Benito Prada: Galego da Província de Ourense que Veio a Portugal Ganhar a Vida.Faleceu em 1995, em Lisboa, à porta da livraria Buchölz.

O professor de Português

O professor de Português
Empolgou-se na lição
Tropeçou caíu ao chão
Quase partiu o pescoço
Como aquele sábio grego
Que de tanto olhar o céu
Caíu dentro dum poço


O professor de Português
Falava de natação
Dos poemas de Camões
Eu vi toda a epopeia
Senti o cheiro ao mostrengo
Cheirava a sal e a trovões
E a desgostos de sereia

Mas eu quero-lhe dizer
Um segredo verdadeiro
Até o Stôr cair
Os livros não tinham cheiro
E eu que não tinha atenção
Era uma nota sofrível
Senti vivo o predicado
Dentro do meu coração
Saltei subí de nível
Fiz-me sujeito acordado
No centro da oração


Ó meu caro professor
Eu quero-lhe agradecer
Ter ganho o meu nariz
Nele vou a toda a parte
É uma força motriz
Vou a Roma e a Paris
Vou à Lua e vou a Marte


Ó meu caro professor...

Carlos Tê

te-atrito

A Biblioteca da nossa escola tem o prazer de apresentar "Histórias para Crianças Mal Comportadas", uma peça de teatro construída com base em textos de Jacques Prévert, escritor de culto em França, mas relativamente desconhecido em Portugal. Trata-se de um espectáculo que parte da colagem de vários textos, dramáticos, narrativos e poéticos, que abordam temas como a liberdade, os direitos da criança, do homem e dos animais, o racismo, a desigualdade social, a fome, a criminalidade, a autoridade. É já no próximo dia 12 de Março, pelas 11 horas, no auditório da nossa escola.

Com Palavras II

Leituras

Álbum ilustrado destinado a pequenos leitores, Histórias de Patente com Tenente e Outra Gente, propõe-nos uma leitura que assenta no divertimento e aposta na valorização da oralidade. Texto de Pedro Teixeira Jardim e ilustrações de Rachel Caiano.

Com uma boa dose de humor, Histórias Tais, Animais e Outras Mais é uma obra feita de micronarrativas, quase fragmentos. O recurso a trocadilhos, jogos fonéticos e paradoxos é um elemento-chave deste livro para os mais novos. Texto de Pedro Teixeira Jardim e ilustrações de Rachel Caiano. Boas Leituras!

Sugestão de um leitor

Esta imagem foi sugerida por um leitor do nosso blog. Não sei quem a produziu, mas sei que é espantosa. O nosso agradecimento ao seu autor.

Livro que ladra não morde

Esta tarde, no auditório da nossa escola, os alunos tiveram a oportunidade de viajar e divertirem-se com os livros e as palavras mágicas que o Sandro tirou da sua mala. E no final, a pergunta surpreendente... já ouviram algum livro ladrar?

Arte tipográfica

Tipografia ornamental

"Alfabeto di Lettere Iniziali" ( cerca de 1730 ), Mauro Poggi, Florença

Maria Keil

Na reunião desta tarde do grupo de bibliotecas escolares, alguém me ofereceu um calendário com ilustrações de Maria Keil. Quando alguém fizer a história do grafismo e ilustração em Portugal, a obra de Maria Keil ocupará, um lugar de destaque indiscutível. Nasceu em Silves a 9 de Agosto de 1914 e tem uma obra vasta e multifacetada. Pintura, publicidade, decoração para interiores, cartões para tapeçarias, pinturas murais, cenários e figurinos para bailados, selos, azulejos (metro de Lisboa, Av. Infante Santo, TAP de Paris e Nova Iorque, Casino de Lisboa, aeroporto de Luanda, etc) e ilustração. Neste campo tem ilustrado numerosas obras, sobretudo livros para crianças. Maria Keil tem agora 93 anos e nunca teve, em Silves, a homenagem que merecia.

In Excelsis

estremunhado sob os lençóis de névoa
o arade espreguiça-se para o mar
nos olhos da águia-imperial
mumificada, encimando o frigorífico das sobremesas.

uma facada de vento rasga-me os passos
e faço-me cair anjo sobre o abismo.

Tenho a suspeita de que a espécie humana - a única - está prestes a extinguir-se e que a Biblioteca perdurará: iluminada, solitária, infinita, perfeitamente imóvel, armada de volumes preciosos, inútil, incorruptível, secreta.

Jorge Luís Borges

Leitoras

Claude Monet, Mujer leyendo




Pablo Ruiz Picasso, Mujer leyendo





Pierre Auguste Renoir, Mujer leyendo,

Fernando Botero, Mujer Leyendo

32ª Prémio Nacional de Literatura Juvenil Ferreira de Castro

A corrente edição do PNLJFC, com o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Senhor Presidente da República e apoio do Instituto Camões, Direcção Geral do Livro e das Biblotecas, Direcção Regional da Cultura do Norte e da Caixa Geral de Depósitos, é destinado a todos os jovens portugueses e luso-descendentes.

Mais informações:
http://www.apnljfc.pt/pt/32edicao_regulamento_2008.pdf

Vau em Janeiro

às vezes, quando parapeito o olhar
na luz morrente do sol quase mel
para lá da ponta da piedade
stendhal sopra e aviva os brilhos da pele

grasna a gaivota a revoar
pelas arribas roídas

(arrefece o café)

até cair ao mar

Padre António Vieira

Religioso, escritor e orador português da Companhia de Jesus, nasceu há quatrocentos anos. Foi uma das mais influentes personalidades do século XVII. Destacou-se como missionário no Brasil, onde defendeu os direitos humanos dos indígenas e combateu a sua escravização. É um dos mais extraordinários e cultos prosadores da língua portuguesa. As comemorações são diversas e andarão um pouco por todo o lado. Em Lisboa, claro.

Com Palavras

Foi há 100 anos!

No centenário do regicídio, Maria Alice Samara descreve os factos e as interpretações do atentado enquanto Rui Tavares faz o estudo das imagens com que a "Ilustração Portuguesa" cobriu o acontecimento. Edição comemorativa de luxo bem recheada com as imagens da época. Preço a condizer.

Clássicos no Sol

O Semanário Sol, em colaboração com as Quasi Edições, oferece aos leitores uma colecção de clássicos da literatura portuguesa, adaptados para a juventude por escritores de hoje. Amanhã o primeiro título, "Os Maias" assinado por José Luís Peixoto, seguem-se o "Auto da Barca do Inferno" por Rosa Lobato de Faria e "Amor de Perdição" adaptado por Pedro Teixeira Jardim. As ilustrações são de diversos nomes da área. A coleccionar.

Citador

O citador é um daqueles sítios da internet que dão um jeitão. Por exemplo temos para oferecer um livro a alguém muito especial e gostaríamos de marcar essa oferta com o carimbo de uma dedicatória; nada nos acorre? Citador! Vamos entregar um trabalho escolar e achamos que ficava bem uma frase célebre para ilustrar o esforço ou a propósito principal do trabalho,... O que fazer? Citador! Aproxima-se o Dia de S. Valentim e queremos enviar um sms à pessoa amada. E que tal ir ao citador e procurar o tema? Já agora que tal uma citação para este post? Fui ao citador e encontrei:
O que faz andar o barco não é a vela enfunada, mas o vento que não se vê
Platão

Fica aqui: http://www.citador.pt/index.php